Por: Renato Abreu

Passos lentos, o céu azul turquesa e uma brisa fria que vem do mar nos finais de tarde de um dia quente de verão. Poderia andar mais rápido, mas não eram meus passos, eram os teus passos lentos, cansados e determinados e eu andava devagar para poder te alcançar.

Andávamos em busca de um café, conversávamos amenidades, aqui e ali, falávamos sobre alguém que já se foi ou de uma casa que já não existia mais, no seu lugar fora construído um prédio. Às vezes, apenas caminhávamos calados um do lado do outro. Nestes momentos eternos, éramos apenas dois seres contemplando o universo de afeto que se formava em nosso entorno.

Nestes instantes, o tempo diminuía sua velocidade e passava bem devagar. O sol entendo a magnitude do momento, se recusava a se pôr. Eu apenas queria que estes instantes durassem um pouco mais.

Hoje refiz o mesmo caminho e me peguei andando rápido, imediatamente diminui a velocidade dos meus passos na esperança que eu pudesse te alcançar, mas o sol se pôs, o café esfriou e ninguém me falou das mudanças do bairro. Então, triste, percebi que por mais lento que eu ande não poderei mais te alcançar, e que terei que contemplar o universo sem você. Tendo como único consolo a certeza que estes momentos continuarão a ecoar no universo da eternidade dos meus pensamentos.

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